that blue girl
ela sonha, ela vive
3.8.10
Dia nublado aqui e voltou a esfriar um pouco. Saudades imensas da minha princesinha que tem nome de abelha e imensos olhos azuis. Não sei se é por essa saudade, mas meu coração está apertado. Saudades da princesa e também da pessoa que tem estado a meu lado ultimamente, feito dos dias um aprendizado, um querer que, mesmo tendo vontade de explodir, tenho que domar, pois essa intensidade pode assustar. Às vezes não domino a vontade e as palavras mágicas saem e me sinto bem. Ainda não sei bem como você as recepciona dentro de você, no seu coração e na sua alma. Mas eu preciso dizer às vezes, se não, sufoco. Queria dizer mais, mostrar mais. Acho que meu olhar demonstra isso, principalmente na chegada e na despedida. Olhos que lhe querem e traduzem isso e sonham que você entenda essa linguagem de amor. Sei que um dia já entendeu. Não sei por quais motivos se fechou. E aqui, sorrindo mesmo com olhos com lágrimas, me aproprio das palavras de um grande amigo, que dizia fazendo graça: "Mas justo na MINHA vez?". E se é para lembrar de palavras de amigos, me vem à cabeça outro, que afirma que "em uma relação, tem sempre um que ama mais que o outro".
Já vivi com pés no futuro e agora aprendo a viver o hoje. Mas quero aprender a viver os dois, presente e futuro, numa realidade possível, em sonhos realizáveis, como navio que navega mas quando quer, sabe bem lançar sua âncora e se fixar em segurança.
27.7.10
profunda
às vezes me sinto transbordando, às vezes tão vazia. À minha intensidade sempre à flor da pele de repente dizem que não deve ser assim. Mas gosto de viver os extremos, de sugar toda força de cada momento ou sentimento. Faz-me falta borboletas no estômago, rubor no rosto, palpitação, ansiedade, falta de ar, o querer muito. Posso estar condicionada a sentir assim, tão pouco, tão meio, tão metade. Penso que tudo decorre porque a intensidade tem que ser motivada. Cortam isso de mim. Não quero aprender a ser rasa.
"Deixo a outros a ordem e a medida." (Albert Camus)
15.7.10
tá provado
12.7.10
me faças assim
RESPOSTA AO ANJO GABRIEL
Agora que aprendeste a incendiar-me
e me adivinhas inteira dentro do vestido
agora que invadiste a sala e o chão de minha casa
agora que fechaste a porta
e me calaste com teus lábios e língua
peço-te afoitamente
que me faças assim
ínfima e sagrada
muito mais pornográfica do que lírica
muito mais profana do que tântrica
muito mais vadia do que tua
Iracema Macedo
9.7.10
o lado bom do adeus
adeus não são fáceis, doem e fazem doer, são como pequenas mortes, onde o que matamos é algo que nos foi muito importante, algo que tornou-se familiar, que trouxe em algum tempo, alegria. O tempo em que acreditávamos em tudo, tempo de segredos, quando tudo era possível, quando tudo tem-se para dar.
não, não é esquecer. Cada um tem um lugar em nossas lembranças. Trata-se de processar internamente a realidade, dizer não à coisas ou pessoas que nos desgastam, e deixar ir. Despedir-se do que já não encontra nada, a não ser olhos que são apenas olhos iguais a tantos outros e corpo que já não estremece só com palavras. Quando nada mais há para dar, a não ser desgaste e esperas inúteis. Tudo gasto, palavras, tentativas, esperanças. Tudo gasto, menos o silêncio.
talvez não seja dizer adeus à pessoa ou coisa, mas aos nossos próprios sentimentos em relação a elas. A verdadeira prisão nós é que fazemos. Talvez até o outro já esteja liberto e não vemos. E às vezes passa-se a viver de migalhas supervalorizadas de carinho e atenção.
o lado bom do adeus é sentir-se livre, tornar-se leve, respirar possibilidades, abrir-se a novas perspectivas. É tirar o muro da nossa frente, abrir portas, permitir-se ser feliz, terminar um ciclo e iniciar outro. É saber que ninguém ou nada é único que não possa ser substituído. Às vezes são nossos olhos velados pelo amor incondicional que fazem algo ou alguém parecer tão especial. Fica-se guardando lembranças, gostando do sofrimento de cutucar cicatrizes que volta e meia se abrem de novo, expondo a carne.
depende de nós mesmos, soltar as amarras, dizer o não e o sim. Não ao que sufoca, oprime, sabota nossa alma e sentimentos. E sim às coisas e pessoas novas.
7.7.10
sweet beija flor
amor tem que cuidar. Não é complicado, mas dá trabalho, pede atenção e cuidado. Não permite acomodação, se não, desanda. Amor não anda sozinho. Amor de verdade não é feito dromedário, que sobrevive sem água por dias a fio. Amor que é amor é igual beija flor, tem que estar sempre bebendo da seiva, sendo alimentado. Por coisas simples, pois nisso o amor não é exigente. Vive de sorrisos, de palavras carinhosas, de afeto. E sobrevive onde haja claridade, transparência, verdades, respeito. E se torna brilhante aliado à paixão e partilha de sonhos e fantasias.
Minha opção é ser beija flor. Sweet beija flor.
"Não se admire se um dia/Um beija flor invadir/A porta da sua casa/Te der um beijo e partir........"
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